terça-feira, 6 de maio de 2008

BASE DE HIDROAVIÕES

Rampa

A antiga Base de Hidroaviões de Natal

Jeanne Fonseca Leite Nesi

In “Natal Monumental”, Natal, Fundação José Augusto, APEC, 1994.

A antiga Base de hidroaviões de Natal está localizada à margem direita do rio Potengi, próximo a sua embocadura. A posição geográfica da Base é representada pelas seguintes coordenadas: 35º03’ de longitude oeste de Greenwich e 5º46’ de latitude sul.

O prédio da Base, hoje conhecido como A Rampa, possui importância histórica, pois representou um verdadeiro marco na história da Aviação e da 2ª Guerra Mundial.

Na década de 30, utilizou-se o local como uma improvisada estação de passageiros da “Panair do Brasil”, depois desapropriada pelo Governo Federal, em 1937. Nas proximidades do prédio havia uma rampa de acesso e um hangar, para os hidroaviões do “Sindicato Condor”, empresa alemã de transporte aéreo.

As obras de construção da Base de Hidroaviões foram iniciadas em março de 1941, sendo realizadas mediante contrato firmado com o governo dos Estados Unidos. O período de construção prolongou-se até março de 1944. O prédio foi construído para assegurar as operações dos aviões de patrulha da Marinha Americana, empenhada na guerra anti-submarina e nas atividades de salvamento de aviões no mar, ao longo da costa do nordeste do Brasil.

Com a decretação do Estado de Guerra, o governo brasileiro apossou-se de toda a área vizinha à Base – 40.127,36 m2 – utilizando-a inicialmente como uma base de apoio a um grupo de 24 aviões Catalina PBY-5A, da Marinha Americana, e dos aviões Martin Marine PBM, que também ali operavam.

Em dezembro de 1945, após o término da 2ª Guerra, a Base foi considerada sem utilidade para as forças armadas dos Estados Unidos. Foi então o prédio transformado em clube social. Na ocasião, foi construído o flutuante com um pequeno cais de acesso, que também servia de pista de cancã para os freqüentadores do clube.

Posteriormente, passou a ocupar o local o Cassino dos Oficiais da Força Aérea.

O prédio acha-se implantado naquela área de 40.127,36 m2, de onde se descortina uma das mais belas vistas do Potengi. (...). O imóvel da Rampa apresenta um partido de planta retangular, desenvolvido em dois pavimentos. Possui um mirante, que foi de grande utilidade durante o período da II Guerra Mundial.

Trata-se de uma edificação muito vazada, com sólidas arcadas, possivelmente abertas após a Guerra, com a finalidade de adaptar o prédio a sua condição de clube. À época, o muro que protegia a Base, certamente muito elevado, foi demolido. Substituiu-o um outro muro, mais baixo, decorado com os distintivos da FAB.

Na área de implantação da Base, existiu um berço de ferro, com rodas maciças de borracha, que descia a rampa e transportava os aviões anfíbios, do rio para o pátio de estacionamento. Hoje, daquela rampa restam dois trilhos de ferro, testemunhas de uma época de intensa agitação mundial, quando Natal teve um papel de relevante importância, tendo se tornado conhecida internacionalmente como o “Trampolim da Vitória”.

Toda a área, onde funcionou a Base de Hidroaviões de Natal acha-se classificada como bem patrimonial e cultural

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